sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Titica

Chamada: meu choro a quem me ensinou a sorrir.

Não consigo contar o tanto de vezes que já ouvi que nunca devemos deixar os problemas dessa vida nos impedir de dar um sorriso. Devo confessar que sempre considerei isso uma apologia à mentira, à falsidade: por quê fingir estar bem quando não se está? Por quê segurar as lágrimas quando o momento te pede choro?
Com o tempo fui percebendo que há um limite nessa transparência de sentimentos, que às vezes é egoísmo demais obrigar os outros a dividir um momento de tristeza que é só seu, e que a pessoa com a qual devemos ser claro sobre o que sentimos somos nós mesmos, pois assim saberemos mostrar nosso choro àqueles que estão dispostos e preparados a ouví-lo.
Só que esses dias aprendi um outro sentido desse sorrir sempre e que, ao contrário da “falsidade” do primeiro, é baseado na mais pura sinceridade, o que o torna infinitamente mais belo.
Aconteceu quando fui visitar minha vó no hospital. Em seus oitenta e seis anos era sua primeira internação; de maneira que nós, apesar de sua idade, não estávamos ainda assimilando a ideia de que ela, nossa vozinha, sempre tão forte, sempre tão vó, estivesse mesmo num hospital internada.
Talvez por isso todos que entravvam para vê-la saíam com os olhos mareados procurando refúgio... E comigo não foi diferente. E nem precisaria ser tão sensível como sou para se acabar com a imagem de alguém que você ama quase irreconhecível num leito hospitalar, aparelho de respiração meio caído perto da boca e... Chega.
Só consegui dizer: “vó? Está me ouvindo?”, mas a falta de resposta só fez do momento algo ainda mais insuportável.
Já ia voltando para trás, sair correndo dalí para nunca mais voltar, quando meu tio fala firme em seu ouvido: “é a Rosiani que tá aqui”
E agora vocês vão entender o porquê da digressão e talvez me perdoar pela descrição da cena, porque o que aconteceu em seguida foi que seu olho esquerdo se abriu, juntamente a um sorriso gostoso. E a pequena conversa depois disso entrou para história. Nossa história.
É claro que ela estava mal. É claro que eu estava mal por vê-la mal. É claro que ela via em meu olhar assustado o reflexo de seu estado e isso nos deixava mal.Só que o caso é que, apesar de tudo isso, a sinceridade de seu sorriso ao ver alguém que a ama e que ela ama, juntamente a tantos outros alguéns que também ali estiveram, e que também a amam e que ela também ama... tudo isso me mostrou o que realmente importa nessa vida: sorrir sinceramente enquanto ainda houver vida e, quando possível (ou quando impossível) ter a capacidade de se sentir feliz com o brilho de ouro de um sorriso ante a opacidade insensível de tantas máquinas.
PS: Eu não ousei revisar nada e nem mesmo pedirei desculpa por nenhum erro ortográfico fútil.
PS²: Esse texto foi escrito dia 01.02.2011, às 00:30; sendo que mais tarde, neste mesmo dia, às 19:55, minha avó faleceu.
PS³: Preciso dizer que essa homenagem é pra senhora, vó?

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

I don’t care, You don’t quer

Que vontade de escrever
“I don’t care” na minha cara
(Mas sei que You don’t quer)
pois estou de saco cheio
dessa luta partidária.

Não é fazendo apologia
a negar o que há então
que se usa bem a voz,
que explore o Q da questão.
O que há por trás é relevante,
mas seu modo delirante
- de “pára tudo!” todo instante -
só nos traz mais opressão.

Não é por ser esquerdista,
direitista, bipolar
que me vejo no direito/
obrigação de aceitar.
Não que eu seja “alienada”
“tá por fora”, “sabe nada”
e nem mesmo acomodada...
É meu jeito de lutar.

Mas só me deixe escrever
“I don’t care” na tua cara
(ta ok, You don’t quer)
Isso sim é que lutar
É assim que o mundo pára!

Não, não venha condenar
Aquele que não “se atreve”,
Pois não é parando tudo
Que se faz a boa greve.
E vou dizer, aliás
Penso que é fácil demais
Sair andando pra trás
Pensando que história escreve.

Seu discurso grita a rua
Grita o pátio, grita a sala
Mas não convence, eu já disse
Pois sei que é fogo de palha.
Sua ofensa reprimida
Nessa folha imprimida
Faz ficar deprimida
Toda árvore que valha.

Então me deixe gritar
“I don’t care” pra aquele cara.
(Mas sei que You don’t quer)
o convencer que essa luta
É uma coisa secundária.
Direito do negro, do homem,
Do professor, da mulher.
Tudo isso faz sentido
Se se sabe o que se quer.
Mas ficar só atacando
o outro partido, brigando
(minha aula atrapalhando)
É só que I really don’t care!

E se a moda agora é
flor na rua e pé no chão,
você fica nessa tua
e não me tire a razão:
justamente do contrário,
meu amigo greviário,
farei o etinerário
da minha revolução.
(2010)

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Mentira que aquele ali é meu nome!

Passei? Passei na USP?

Faltava ainda cinco minutos para as 16hrs e eu já apertava F5 descontroladamente no site da FUVEST. Eu era um misto de insegurança, desespero e Fé.
Sai a lista. O nome Beatrice, lido às pressas, deu-me força para continuar a procura, mas é tão difícil chegar no R! Por um segundo achei que não estaria; então vi dentre um zilhão de nomes, aquele que meus pais haviam escolhido me dar. Estava lá, na lista dos aprovados na melhor Universidade do país!
Entrei em transe, lágrimas saíam dos meus olhos e louvores da minha boca. Palavras de parabéns vinham de todos os lados: MSN, telefone, celular, e-mail, pessoalmente... Todas tão importantes, mas ainda assim eram como ecos na minha mente, pois a ficha não caía – e creio que só cairá quando estiver estudando de fato. O caso é que a sensação que fica, quando se coloca a cabeça no travesseiro para dormir, é de que todo esforço foi recompensado.
E se eu pudesse deixar um recado para os futuros vestibulandos, eu diria para crerem que é possível, sim, alcançar esse sonho. Basta um pouco mais de disciplina, esforço, saber aproveitar o material maravilhoso que recebem todo bimestre – 90% das respostas que precisará, estará lá; os outros 10%, nos noticiários – e, sobretudo, dar valor àqueles seres de giz na mão e sabedoria na cabeça – pois sentirás, como eu, muita falta disso tudo. E com o desafio de não deixar de aproveitar o inexplicavelmente maravilhoso último ano de escola.
E sabe o que é o melhor de tudo? O brilho nos olhos de orgulho daqueles que nos querem bem: seja um ente querido, seja um amigo, e seja até mesmo um professor.
Acreditem, não há nada no mundo que pague esse momento.
Rosiani Bueno de Oliveira – aprovada no curso de Letras na Universidade de São Paulo

domingo, 17 de janeiro de 2010

“EU CONHEÇO O MEDO DE IR EMBORA, O FUTURO AGARRA SUAS MÃOS...”

Queridos colegas do 3º Médio

Queria dedicar estas palavras a todas que, de um jeito ou outro acabaram fazendo parte de minha vida durante todo este tempo: meus amigos do ETN.
Não vou dizer que antes de vocês eu não sabia o que era amizade. Não. Mas foi com vocês que eu aprendi como que se pode chamar a escola de segundo lar e os amigos de família.

E o fato de que inevitavelmente acabaremos nos acostumando a viver sem tudo isso, não diminui a importância que cada um de vocês tiveram, não só na minha vida, mas na vida de todos que souberam aproveitar os bons e maus momentos passados juntos. E, já que a separação nesta terra é inevitável, fico feliz em perdê-los para a vida, essa vida que aguarda cada um de nós no ano que virá.

Quando a gente era pequeno, não importava tanto se era fim de semana, se os políticos estavam roubando ou se tínhamos de responder à pergunta do que queríamos ser quando crescêssemos. Mas o tempo passou e, como dizem, crescer dói. E, quando a gente menos espera, já estamos fazendo escolhas, saindo da aba dos pais, pensando com maior responsabilidade em nossos sonhos. Isso dá medo. Dá medo porque o futuro já não é mais tão distante como antes e nós, sozinhos, temos de decidir qual caminho traçar. “E se der errado? E se eu não agüentar? E se não for bem isso que eu queria?”. Medo, medo... A verdade é que nunca saberemos sem tentar. Então tentemos! Nem que seja para cair e levantar as milhares de vezes que for ou tenhamos que receber todos os tapas que a vida nos dará. Mas não há outra forma de construir o caminho se não for caminhando.

Sabemos que daqui para frente haverá dias que a pessoa ao nosso lado não estará preocupada se estamos com sono ou tivemos algum problema familiar, muito menos se perdemos alguém querido ou se estamos para ser reprovados. E, na busca de um consolo, olharemos as fotos tiradas num tempo em que tudo era mais fácil. Tentaremos entender o que mudou de lá para cá e até mesmo faremos esforço para lembrarmos o motivo daquele sorriso sincero... Isso tudo fará com que desejemos ainda mais nosso mundo de volta e sentiremos uma saudade avassaladora dos amigos que se importavam conosco. E então, depois de um tempo, o que estava errado se arruma, a crise existencial passa e esse instante de saudosismo será visto como apenas um momento de fraqueza.

Exagero? Será que realmente nos lembraremos de ligar uns aos outros no meio da vida conturbada de um administrador, de uma professora, de um advogado, de um turismólogo? Será que faremos questão de lembrar dos aniversários uns dos outros ou quiçá ir visitar um amigo sem nem ligar para o seminário na faculdade do dia seguinte?

Por mais que digamos que “sim, sim, sim”, no fundo sabemos que “não, não, não”. A vida continua, os estudos continuam, o trabalho chega e as pessoas que outrora foram tão especiais e insubstituíveis se apagam com o peso do tempo; e aqueles momentos inesquecíveis, os melhores e mais engraçados de nossa vida, vão se perdendo até se tornarem simples lembranças.

E se a lembrança é a única coisa que restará de nós para nós nos próximos anos, o meu pedido é que realmente as guardem com carinho.

Nunca me esquecerei do dia que ganhamos finalmente a Feira Cultural e saímos pulando pela escola gritando “Por que não? Por que não?”. Nunca me esquecerei das lágrimas que vi cair dos olhos de muitos, nem dos olhos vermelhos daqueles que, como eu, não quiseram se entregar ao pranto. Nunca me esquecerei das músicas cantadas, com ou sem violão e nem da vez que ficamos até tarde comendo pizza até passar mal. Não consigo me esquecer da conversa que tivemos depois da feira e nem mesmo do último dia de aula, que ninguém queria ir embora. Isso para não fala da formatura inesquecível que tivemos. Às vezes até me pego cantando as músicas que vocês inventam para zoar as pessoas e não consigo parar de pensar nos apelidos mais malucos e nas pérolas mais incríveis que meus ouvidos já tiverem de agüentar. Lembrarei-me de vocês como pessoas que fizeram a diferença no momento que estiveram comigo, pois querendo ou não, cada um de nós faz parte da história um do outro e espero que todos peguem sua lição disso.

Acredito no sucesso de vocês, peço que vocês acreditem também.

Com todo o carinho que alguém poderia ter, dedico a vocês, meus amigos do 3º Médio do ETN & Objetivo, este primeiro texto de 2010, e mais todos os outros que virão nos próximos anos.

Amo muito todos vocês,

Rosi Bueno

sábado, 26 de dezembro de 2009

Seu segredo

Você passa com seu andar desajeitado
Ninguém repara, eu sei.
Você olha para o lado, me vê.
Ninguém percebe, eu sei.
Você finge um sorriso sincero.
Ninguém entende, eu sei.
E espera minha reação.
Ninguém conhece, eu sei.
Você senta encabulado.
Ninguém pergunta, eu sei.
Continua olhando pro lado.
Ninguém se assusta, eu sei.
Abre a boca, mas nada parece sair.
Ninguém te ajuda, eu sei.
Pensa em desculpas pedir.
Ninguém pediria, eu sei.
Faz olhar de coitadinho.
Ninguém cairia, eu sei.
Se imagina "o bonitinho"
Ninguém mais acha, eu sei.
Então chega hora de ir embora.
Alguém te espera, eu sei.
De mãos dadas saem andando.
Ninguém liga mais, eu sei.
Você se pega pensando.
Ninguém mais pensa, eu sei.
Na opção dois parada olhando.
Ninguém além olha, eu sei.
Enjoou da opção um?
Cuidado
Eu sei, sempre sei.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Só mais um grito de saudade

ERA PARA SAIR NO JORNAL, MAS A FOTO DOS MENINOS FAZENDO "VEM" COM A MÃO FICOU NO LUGAR DESTA HOMENAGEM, ENTÃO DEIXAREI AQUI PARA QUE FIQUE ETERNIZADO...
__________________________________________________________________

Quando o professor nos passou que o trabalho do 3º Bimestre seria uma ação social, acreditei que seria algo difícil e inútil; mas quando meu grupo me elegeu como líder percebi que teria um grande desafio pela frente: aprender a dar ordens, arcar com responsabilidades, avaliar justamente meus colegas dando-lhes notas e ainda convencê-los a livrarem-se do desânimo perante a inutilidade que víamos na arrecadação de livros.

Agora que acabou, percebi que a o legal da coisa era reunir o grupo, misturar listas, recontar diversas vezes os mesmos livros cheios de poeira, surtar, discutir, rir, discutir de novo, matar parcialmente a fome dividindo um marmitex. Descobri que a graça não estava nos livros ou nas listas, mas esteve sempre no outro ao nosso lado.

Nâo sei se daqui dez anos nos lembraremos das notas que tiramos neste trabalho, mas espero que nunca nos esqueçamos dos momentos passados juntos, sobretudo pelo fato de que para nós, terceiranistas, cada suspiro que damos nesta etapa final seja um grito desesperado de saudade.

Cláudia, Andriely, Daianny, Isabela, Filipe, Gabriela, Kaleb e Mayara, amei trabalhar com vocês. Poderia até dizer que nosso grupo foi dez, mas acho que estamos mais para 1012.


Rosiani Bueno de Oliveira
Líder do grupo PAS - Projeto de Auxílio Social

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Mudanças

Creio que vocês perceberam que as coisas estão meio que diferentes por aqui, mas é que tendo experiências com outros blogs, descobri que modificar o meu era uma necessidade gritante.

Ainda não está finalizado, mas espero que gostem da nova cara.

A novidade da vez é que agora vocês podem ler notícias com os links que há no blog sobre diversos assuntos. Meu blog também é cultura!

Agradeço a força de todos e em breve novas!

sábado, 1 de agosto de 2009

Mais que um sonho, uma história

Sonho desde pequena com um mundo diferente, em que as pessoas não vivam na eterna sensação de medo.

É fato que cresci e talvez deva admitir que me tornei igual aos demais: do tipo revoltada que só observa e reclama das balbúrdias do mundo e nada faz. Porém, quando tento voltar à minha essência me deparo com o sentimento revolucionário guardado dentro de mim, simplesmente à espera de um pedido de ação, de uma oportunidade de agir.

Posso ser jovem e inexperiente e meu sonho de realizar os sonhos dos demais pode até ser utopia, mas carrego dentro de mim a característica vital a todos aqueles que se fizeram grandes na história da humanidade: o desejo de mudar, de tentar, de lutar e de ser. Mas de mudar para a melhor, de tentar sem desistir, de lutar pelo bem de todos e de ser eternamente.

Rosi Bueno

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Um Avião

186 pessoas. Um avião.
Uma derrapagem. Uma explosão.
Uma grande labareda logo surgiu
Tão grande que mesmo distante se viu.

Alguém gritou: Explodiu! Explodiu!

Mais dezenas de pessoas foram atacadas
Quase a maioria, carbonizadas.
Do alto do prédio se via o desespero,
Dois sobreviventes, um grita primeiro:

Bombeiro! Bombeiro!

Centenas de bombeiros lutando bravamente.
Contra a enorme labareda de fogo ardente.
Pouco distante dali, num rádio se escutava
A lista dos passageiros. A família agonizava:

Gritava! Gritava!

De longe, não saberei expressar
O que amigos e parentes tiveram de passar.
Mas quando se pára para ouvir o vento,
Escuta-se a tristeza desse duro momento:

Sofrimento... sofrimento...

Rosi Bueno

Feito no dia 17/07/2007, portanto, perdoai-me caso tenha cometido algum erro... Mas, foi feito de coração.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Birthday...

Agradeço a todos as pessoas que tanto amo e que insistem em fazer desse dia o melhor de todos em minha vida...

Deus abençoe a todos e que recebam em dobro tudo que me deram e que me desejam.

Com todo amor...

Rosi Bueno, Rosi, Rô, Rozinha, Bibica, Baby, Babyca, enfim, o resto nem lembro...

domingo, 10 de maio de 2009

Nada sei

Só sabe a dor do parto, a mulher.
Só sabe o que é mentira, quem nasceu.
Só sabe o que é presente, quem o der.
Que sabes tu? Que sei eu?

Só sabe o que é sonhar, quem não realizou.
Só sabe o que é sabor, quem comeu.
Só sabe o que é fome, quem passou.
Que sabes tu? Que sei eu?

Só pode ser alegre, quem amou.
E aquele que amou também sofreu.
Só sabe o que é o sorriso, quem chorou.
Que sabes tu? Que sei eu?

Só sabe o que é ser negro, quem o é.
Só sabe o que preconceito, quem recebeu.
Só sente quem é Deus, quem tiver Fé.
Que sabes tu? Que sei eu?

Só quem não a tem que vê valor na água.
Só sabe o que é dor, quem padeceu.
Só quem errou que sabe a dor da mágoa.
Que sabes tu? Que sei eu?

Só sabe o que é arder, quem se queima.
Só sabe o que é medo, quem viveu.
Só sabe o que é o Poder, quem reina.
Que sabes tu? Que sei eu?

Só sabe o que é mentir, o enganado.
Só sabe o que é a vida, quem morreu.
Só sente o que é amor, o não amado
Que sabes tu? Que sei eu?

Nasceu. Comeu
Sofreu. Recebeu.
Padeceu.
Viveu. Morreu.

Se nada sabes tu, muito menos o sei eu.


Rosi Bueno

sábado, 4 de abril de 2009

Necessidades:

+ Vida – XXI

Eu quero menos email e mais carta;
Eu quero mais bilhetes e menos sms;
Eu quero mais “que legal!” e menos “chata!”
Eu quero mais “vem cá...” e menos “esquece!”

Eu quero menos MSN e mais olho a olho;
Eu quero menos i-pod e mais sua voz;
Eu quero mais trigo e menos joio;
Eu quero menos só você e mais só nós.

Eu quero menos revistas e mais livros bons;
Eu quero menos “gata” e mais “querida”;
Eu quero mais silêncios e menos sons;
Eu quero menos a cópia de life e mais o nosso original de vida.

Eu quero menos scrap e mais sussurro;
Eu quero menos You Tube e mais violão;
Eu quero mais claro entre nós e menos escuro;
Eu quero menos fingimento e mais coração.

Eu quero mais parque e menos academia;
Eu quero menos desculpas e mais amasso;
Eu quero mais contentamento e menos melancolia;
Eu quero menos emoction e mais abraço.

Eu quero menos Nickname e mais meu nome;
Eu quero menos revolta e mais perdão;
Eu quero menos internet e mais telefone;
Eu quero mais ciúmes e menos traição.

Eu quero menos clichês e mais improviso;
Eu quero menos Google e mais enciclopédia;
Eu quero mais surpresa e menos aviso;
Eu quero consultar mais idosos e menos Wikipédia.

Eu quero mais almoço em família e menos cinema;
Eu quero mais compromisso e menos rolo;
Eu quero mais entendimentos e menos dilema;
Eu quero menos “ficar” e mais namoro.

Eu quero menos drink e mais bebida.
Eu quero menos felling e mais sentimento
Eu quero menos fast-food e mais comida
Eu quero menos “se juntar” e mais casamento.

Eu quero mais sonhos bons e menos dura realidade;
Eu quero menos tec e mais retrô;
Eu quero menos mentira e mais amizade;
Eu quero menos paixonite e mais amor.
*Rosi Bueno*

quarta-feira, 1 de abril de 2009

ODE(io) A(o) SOL

Ó Sol, que vens com seu terno brilho,
que já vens a janela adentrando
e o local onde fico iluminando,
deixa-me fraca, febril e sem estilo.




Ó Sol que me ilumina, me esquenta.
Tu, que já vens abençoar meu ser
com seu brilho, seu calor; Penso atenta:
por que, então, atrapalha-me a aprender?




Que seria de nós sem tu n'altura?
Se te acabasse, morremos de dor.
Mas se tu me matasse de calor,
no máximo, me choram à sepultura.


Sol e pó de giz que acabam comigo:.
me fazem perder o ar e a razão.
Estou a procurar algum abrigo
até que acabe este outonoverão.


Ó Sol, tu que é tão alto e tão belo,
enquanto eu tão fraca e sem valor.
Mas estou a arrancar-me o cabelo
para te trocar pelo ventilador.


Sol, que cresce a planta, que as águas seca
e que atiça em aula o meu delírio,
como é tão penoso este meu martírio
para, ao fim, poder usar a tal beca.


"Eis o poder do Sol em um poeta".


*Rosi Bueno*


01/04/2009 na aula de Química...

domingo, 29 de março de 2009

Ideal

Escrever é fácil;

Ser lida também;

O difícil é ser relida.

É este o meu maior e mais utópico ideal.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Confortos da madrugada

"Além do Sonho do Além"

Rosto brilhante
sorriso terno
aquele instante,
para mim, foi eterno.
Fujo... Medo!
Você chama. Volto por saudade.
Abraço-te e nosso segredo
não é maior que essa felicidade.
Quando menos espero
Você some do abraço, vai embora.
Ficaram somente as palavras: "Não desista, te venero.
Não desista, não é tua hora!"
Se foi. E agora?
Dedicado ao meu primo Silas
*Rosi Bueno*

domingo, 11 de janeiro de 2009

Luz da Sabedoria dispensa Riquezas

.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
Cinco minutos reflexivos

Ao redor
Parede descascada
Cadeiras sem encosto, mesas sem pernas.
Livros velhos e empoeirados nos fazendo tossir
e mais uma sorte de objetos inúteis, mas que nos maravilhavam tanto!


Janela alta - só se via o céu -
com vidros quebrados que não nos protegiam do frio.
Ventilador velho que não aliviava o calor;
- mas que nos orgulhávamos em possuir -
Sonhos perdidos em meio a confusão de baldes para a goteira
de uma despensa / sóton / sala de aula.



Metade de uma porta
"pra quê fechadura?"
É como bordar roupa puída...



Se ao menos tivesse luz!
Se bem que a luz vinha lá da frente
Das sábias palavras de um sábio mestre
que não foram ouvidas e, muito menos, gravadas por nós.
Mas sei, ele já ganhou seu galardão.
Nós também.
.
.
Era o famoso
"cinco minutos de sermão após a bagunça do recreio".
Professor teimoso!
Não sabia que no outro dia desobedeceríamos
tudo o que havia sido dito?

O sermão acaba.
Minha mente volta ao corpo se esquecendo de tudo ao redor...
É preciso concentração na aula.


Letras e mais letras na parede sem lousa
Tanto Saber empurrado nas nossas cabeças sem mácula!
E Ao nosso redor
Uma "sala" em condições precárias.


Éramos crianças tão felizes!


Rosiani Bueno de Oliveira

Uma lembrança dos tempos de primário veio como uma foto em minha mente...A Saudade dos colegas e professores que nunca mais vi juntamente com a admiração que tenho das coisas simples e sem luxo, me deram a inspiração para escrever este humilde poema.
Quase uma década depois e me concedo estes cinco minutos de lembranças.
Éramos, sem dúvida, crianças felizes.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

"Das Negativas" (Quase Machado)

2008...


Com certeza o ano que mais chorei, mas também o que mais rí.


O ano que mais me senti triste...


...e o ano que mais me senti feliz.


O ano que abandonei quase todos os meus antigos valores,


desejos,


amores,


mas também o ano que mais aprendi.


O ano que abandonei e fui abandonada por milhares de amigos e pessoas especiais em minha vida,


mas também o ano que conheci pessoas mais especiais ainda.


É...2008


O ano que mais me senti só


mesmo estando sempre acompanhada...



Mas o ano que realizei meu sonho, que ganhei presentes especiais que vai além do que é matérial.


Tudo somado, poderia-se pensar que o soldo de tudo é negativo e que este foi sem dúvida o pior ano de minha vida... Mas não... Há uma última coisa a dizer:


Este ano foi o que me senti mais distante do mundo, mesmo estando mais próxima dele, mas acima de tudo, foi o ano que tive Deus mais perto de mim.


É...


Mas o ano acabou... e agora?


Milhares de desejos que não foram realizados, milhares de planos para o ano que acabou de nascer...


Será que irei conseguir realizá-los todos? Não sei dizer. Ninguém sabe, por hora.


Mas aprendi que o mais importante é viver o hoje, embasado no passado e aceitando que o futuro é só consequência de tudo aquilo que você fez... Sendo Bom ou Ruim.


Por isso, viverei 2009 de maneira diferente. Se ele será melhor ou pior que o ano que passou, isso só o tempo poderá dizer...


Ah... e já ia me esquecendo:



Um feliz 2009 a todos!!!

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Uma questão de Regra de Três

Fiquei sabendo que o apartamento da Xuxa pegou fogo.

Trágico...

Saiu nos jornais, todos viram.
Muitos sentiram pena do Luciano Szafir tendo de passar por vários exames.

Fumaça tóxica...

Todos louvaram o fato de a Xuxa ter sorrido para as crianças no Maracanã mesmo após esse tal incêndio.

Superação...

Alguns canais até fizeram programas voltados só para este assunto: o susto que a "pobre" família teve de passar.

Susto...

No meu bairro também teve um incêndio. Talvez um pouquinho de nada diferente do incêndio da Xuxa...
Diga-se de passagem, que no lugar de um apartamento em um condomínio rico do RJ, foi em um barraco na favela em um bairro periférico.
E que ao invés de uma assistência rápida que a Xuxa recebeu, tivemos aqui perto uma demora razoável do corpo de bombeiros... Tipo o suficiente para que a comunidade que tivesse de ajudar a salvar as famílias.

Sim, famílias. Creio que três.

Digamos também que ao invés do simples susto - e da internação de um ator famoso em um ótimo hospital -, tivemos perdas.
Perda de uma casa conquistada com suor... Móveis que talvez nunca mais sejam restituídos. E a pior das perdas...
Eram três famílias... As duas que moravam na parte da frente conseguiram ser salvas pelos visinhos, já a que morava nos fundos...
Uma mãe é encontrada “grudada” literalmente na filha – com o perdão da expressão, mas não há como colocar eufemismo nessa parte – enquanto um padrasto é encontrado nas mesmas condições com o enteado.
Perguntam-se o porquê disso? Tentativa de pais desesperados em proteger seus filhos do fogo que consumia.

Só a tentativa.

Só.

Ficaram presos na própria casa em chamas. Os bombeiros não chegaram a tempo de salvá-los. “Longe demais para chegarem rápido”, dizem.
O melhor é acreditar e tentar afastar da mente a imagem das letras vermelhas e garrafais escritas no muro de um terreno baldio aqui perto: “Futuras instalações do corpo de bombeiros”. Acho que essa promessa foi feita na penúltima eleição. Quem sabe o governo tenha se esquecido de mandar verbas ou elas foram desviadas. Afinal, podemos esperar qualquer coisa de uma cidade onde os candidatos à prefeitura têm uma criatividade incrível para slogan de propaganda eleitoral: enquanto o de um é “Fulano de Tal, o mais preparado” o do outro é “Beltrano de Tal, o mais preparado de verdade”. Se eu fosse lá e dissesse que eu era “a mais preparada de verdade e incontestavelmente”, quem sabe eu até teria ganhado as eleições!

Na internet e na TV corre a foto do apartamento da Xuxa saindo fumacinha.
Ninguém veio aqui perto tirar uma foto sequer.
Vai ver que é porque não sobrou nada. Só as cinzas, alguns pedaços de madeira queimada que eram as paredes. E, ironicamente, um vaso sanitário (que talvez possa representar a importância do acontecimento para a mídia).
Sobraram também os moradores que sobreviveram... Nenhum repórter veio perguntar o que eles iriam fazer da vida agora... Talvez porque estivessem ocupados demais entrevistando a Xuxa para saber onde ela iria passar o natal depois dessa tragédia em seu AP... Com tristeza ela responde: “Acho que na casa de uma amiga em Orlando, EUA”...

Tadinha da Rainha dos Baixinhos... Está abalada.

Será que é tão grande a diferença entre um incêndio sem vítimas e outro com perdas irreversíveis?
Será que a diferença está no fato de um ter sido causado pelas luzes de uma árvore de natal e o outro por uma vela usada por quem não pôde pagar a conta de luz?

Algo me diz que não é só isso...

Creio que a resposta é matemática. Questão de Regra de Três:
Ao invés de três pessoas famosas, havia três famílias pobres.
Quem sabe essa tenha sido a diferença...
Mas não pode ser isso! Estamos falando de um país democrático... Uma terra onde o próprio presidente veio do povo... A questão é que ele está lá em cima agora, será que ele continua sendo do povo?

Mas isso não importa para a mídia no momento...

A pena é que minha caneta no papel ou meus dedos no teclado não podem fazer nada para apagar incêndios ou ressuscitar pessoas... O máximo que podem fazer é incomodar quem ler. Mas só quem ler. E isto é pouco, muito pouco. Por isso que esta postagem é quase inútil...
Nesta parte eu confesso minhas também inúteis lágrimas que venho derramando à medida que vou escrevendo...

Só me concedo mais uma pergunta:

Será que um dia a família da Xuxa vai conseguir superar essa tragédia?

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Às vezes precisamos voltar atrás...

Amizade Gramatical II

Estive tentando analisar
Sintaticamente
Essa nossa amizade inexplicável.
Comecei pensando que talvez fôssemos duas orações
Coordenadas.
Adversativas, devido os desentendimentos.
Mas para sermos coordenadas, teríamos de crer
Que não dependemos uma da outra
E que mantemos sentido sozinhas...

Então descobri que somos duas orações
Subordinadas.
Só resta saber de qual tipo...
Será que somos temporais?
Não! Nossa amizade vai além do tempo.
Condicionais?
Também não! Não impomos mais condições para sermos amigas.
Então será que somos comparativas?
Não! Impossível nos comparar agora! Impossível...
Então acho que somos causais,
Pois você é a causa de meus problemas;
Preocupações;
E das minhas alegrias.
E também somos conformativas
Pois acabamos nos conformando
Com os defeitos uma da outra.
E somos também proporcionais,
Pois à medida que o tempo passa
Mais aumenta nossa amizade.
Apesar de todos os pesares...
... e acima de qualquer expectativa.
Mas, acima de tudo, somos consecutivas,
Pois tudo que faço é simplesmente a conseqüência
Do amor fraterno que sinto por você.
Por mais que você insista, insista,
Insista tanto em ter ainda a tal da conjunção.
Que está entre nós... Ou que nos une... Nem sei mais.

Hoje descobri que somos realmente subordinadas
Porque me faço uma oração secundária
Para te tornar a oração principal da minha vida.

Rosiani Bueno
Dedicado à mesma "amiga" do poema abaixo...
É que às vezes voltamos atrás para podermos seguir em frente.