segunda-feira, 27 de outubro de 2008

"– Prof, além de dar aula a senhora também trabalha?

– Não, meu querido aluno, para me sustentar eu roubo e trafico nos finais de semana!
(Tive a oportunidade de presenciar semelhante cena)
Aluno pensa que professor não é gente: é qualquer coisa que só tem valia enquanto está dentro da sala de aula, pois quando sai da escola, é só tirar seu chip e desativá-lo, como se fosse um robô.
Eu sou aluna, logo, posso pensar da mesma maneira...
Mas sou uma pessoa muito curiosa e que ama quebrar tabus...
Comecei, então, a elaborar a teoria que professor também tinha alma e fiz da sala de aula meu laboratório de estudo. Os resultados foram surpreendentemente revolucionários.
Comecei convidando uma professora para almoçar em minha casa: conversamos o dia inteiro sobre diversos assuntos e, acreditem ou não, por mais que eu tenha procurado, não encontrei chip algum em seu corpo...
Engraçado, queria ter filmado, pois no outro dia na escola ninguém queria acreditar em mim. Ainda mais porque eu disse que ela sabia coisas além das matérias que dava na sala de aula. (outra coisa: professor de matemática não pode saber inglês que é pecado, mas se ele um dia errar qualquer coisa em sua matéria, pode ter certeza que ele já perdeu o direito de entrar no céu).
Tentei ver o lado dos que estavam contra a minha teoria e comecei a analisar o comportamento de uma colega que levava a fundo essa questão de "professor-robô" ou "ser perfeito". Imaginem que uma vez ela encontrou um professor nosso no shopping (lugar totalmente impróprio para um robô, pois até onde eu saiba Mcdonalds não deve fazer muito bem à lataria... e no demais, o que um ser perfeito estaria fazendo em um shopping???), ela ficou muito abalada, tadinha... Mas nem queiram saber o que aconteceu quando ela encontrou outro professor na balada, óculos escuros, bermuda, pendurado na parede com uma aluna do período noturno... Essa minha amiga nunca mais foi a mesma... Ela foi minha cobaia, mas tudo pelo bem da ciência.
Mas prossegui com minhas pesquisas e fui descobrindo coisas interessantes, tipo: tem professor que assiste programas além do jornal e do horário político! (ouvi rumores de uma certa prof que assiste até pica-pau, mas ainda preciso comprovar isso em laboratório...).
Pesquisando mais a fundo descobri que alguns tinham até msn, orkut. Isso me fez derrubar a teoria de que eles são desativados quando saem da escola, mas não posso negar que talvez eles funcionem no automático de vez em quando.
Certa vez, estava eu em meu humilde lugar na sala de aula, a reparar no comportamento de um professor que há tempos vinha pesquisando. Ele tinha um comportamento muito estranho: (além de fazer cupper enquanto apagava a lousa) ele gostava de zombar da cara dos alunos e de bagunçar com a turminha do fundão, mas quando a diretora chegava para reclamar do barulho, ele ficava falando que a sala era realmente terrível, que não tinha jeito mesmo...
Comportamento de ser humano, não acham? O típico: "tirar o meu da reta". Depois desse acontecimento, comecei a crer que, se professor não é humano, a pessoa que os inventou deixou-os com várias falhas parecidas com as da nossa espécie... Dá até para confundir.
Mas, ser humano ou não, professor ajuda muito a gente. Certo é que alguns atrapalham e outros não fazem nada (nem de bom e nem de ruim). Mas no fundo, por mais que xinguemos, idolatremos, amemos, batemos, briguemos, gritemos, professor é sempre aquele que está ali, muitas vezes com uma resposta tão culta que nem entendemos (ou a gente q é idiota mesmo) para nossas perguntas imbecis. (Como a do início da postagem)
Creio que nem todos os professores são melhores que os alunos em tudo, mas devemos a eles todo nosso respeito. Quem nunca teve um professor marcante em sua vida? O primeiro, o último, o mais legal, o mais chato, o mais brincalhão, o mais doidão, o mais retraído... Todos marcam com suas características difíceis de esquecer. Principalmente aqueles que marcam nossos boletins com notas vermelhas... Inesquecíveis...
Sobre minha pesquisa, ela ainda está em andamento. Aceito teorias de quaisquer pessoas, contanto que me comprovem com fatos verdadeiros: trata-se de uma pesquisa séria!
Resumindo, ainda não cheguei a um consenso sobre o fato de professor ser ou não gente...
Mas querem saber minha opinião? Para mim, não há nada mais "humano" do que ter o dom divino de ensinar, da paciência, enfim...
Prosseguirei com minhas pesquisas pelo bem da ciência, mas minha opinião é quase imutável: dos professores que tive e que marcaram minha história - cada um de um jeito diferente - posso afirmar que são todos humanos: de carne, osso e chip.

Descobertas

Hoje eu descobri algo muito interessante...
Estava eu subinho minha deserta e silenciosa rua- exceto pelo cantar dos pássaros- e parei para pensar no que fiz, estou fazendo e farei da minha vida.
Descobri que já havia errado demais e que naquele momento presente eu estava errando e já planejando meus erros futuros. Mas aquele silêncio -tão incomum para mim- me fez sentir ordinariamente só. Não um só de desamparo, simplesmente a solidão.
Busquei refugio em mim mesma e descobri que eu também já havia me abandonado há tempos.
Gritei, clamei, urrei... mas nada naquela rua mudou... os pássaros continuaram seu canto, as casas continuaram em sua triste condição de imóvel e as pessoas continuaram seus santos rituais de almoço em frente a tv.
Nunca me senti tão só, mas naquele instante, a única que poderia me ajudar fez questão de aparecer: minha consciência. Meus sentimentos, então, logo mudaram: não estava mais só, estava comigo! E nunca uma solidão me fez tão bem! Foi então que eu disse para mim mesma: "Mim mesma, vamos escrever nossa própria história agora?" Escutei um "demorou" dentro de mim.
Naquele momento fiz minha grande descoberta: não importa se todos me abandonassem, criticassem meus atos ou fizessem pouco caso dos meus sonhos, eu sempre teria eu mesma me apoiando em todas as besteiras e sonhos que eu tivesse e que nunca me deixaria só. Naquele momento me senti com o poder de mudar minha vida.
Entrei em minha casa imóvel escutando o infindável canto dos pássaros e fui realizar meu santo ritual de almoço (anormalmente - em relação aos demais seres- junto com minha família e ao redor de um objeto que chamo de mesa).
Terminei de fazer minhas coisas e voltei a rua uma nova pessoa. Certo é que os pássaros continuaram seu canto e o mundo continuou com suas injustiças e o dólar continuou a cair e a vida de todos continuou a mesma porcaria ou a mesma benção. Mas eu, foco principal de mim mesma -a partir daquele momento-, estava muito bem.
Alguns podem chamar isso tudo de egoísmo, mas eu prefiro chamar de amor próprio.
Descobri que nem tudo vale a pena, mas é mais fácil acreditar que vale. Portanto, decidi que vale a pena publicar ao mundo minhas descobertas.

domingo, 19 de outubro de 2008

Pra que mesmo?

... Sinceramente digo que odeio esses tipos de tecnologias que nos fazem de escravos, mas o que não fazemos para alcançar certos objetivos, não acham?
Quero começar explicando o título, haha, é uma tentativa de incomodar uma pessoa em especial (e que é especial também) que vive dizendo que estou sempre em cima do muro. Para esta pessoa dou minha mensagem (com todo o respeito): "Vivo em cima do muro? Sim! Mas é de cima do muro que me faço mais alta e que consigo ver os dois lados do mundo. Mas não se preocupem, não descerei do muro só´quando encontrar o melhor lado a ficar, pois descobri que não existe a opinião certa, existe a menos errada ou a mais bem elaborada para convecer melhor as pessoas...
Vão se acostumando com minhas viagens... pode ser que não entendam muita coisa do que direi, mas esse blog não é para o leitor, é único e exclusivamente para mim: para que eu encontre um rumo em minha vida...
Acredito que muitos desistirão de ler essas postagens malucas quando perceberem que é 110% devaneios de uma mente insana, mas cada dia que passa me preocupo menos com as opiniões alheias. E no demais, se não lerem é porque não tem capacidade para tal, não é mesmo?
Minha prof estava certa quando disse que incomodar as pessoas é algo divertido... Não sei se ela disse isso com essas palavras, mas enfim, eu estou dizendo.
O Ontem não importa mais, nem mesmo o amanhã... talvez o hoje tenha um pouco mais de valia nessas postagens...
E sobre o motivo de se ter um blog... pra que mesmo?