quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

I don’t care, You don’t quer

Que vontade de escrever
“I don’t care” na minha cara
(Mas sei que You don’t quer)
pois estou de saco cheio
dessa luta partidária.

Não é fazendo apologia
a negar o que há então
que se usa bem a voz,
que explore o Q da questão.
O que há por trás é relevante,
mas seu modo delirante
- de “pára tudo!” todo instante -
só nos traz mais opressão.

Não é por ser esquerdista,
direitista, bipolar
que me vejo no direito/
obrigação de aceitar.
Não que eu seja “alienada”
“tá por fora”, “sabe nada”
e nem mesmo acomodada...
É meu jeito de lutar.

Mas só me deixe escrever
“I don’t care” na tua cara
(ta ok, You don’t quer)
Isso sim é que lutar
É assim que o mundo pára!

Não, não venha condenar
Aquele que não “se atreve”,
Pois não é parando tudo
Que se faz a boa greve.
E vou dizer, aliás
Penso que é fácil demais
Sair andando pra trás
Pensando que história escreve.

Seu discurso grita a rua
Grita o pátio, grita a sala
Mas não convence, eu já disse
Pois sei que é fogo de palha.
Sua ofensa reprimida
Nessa folha imprimida
Faz ficar deprimida
Toda árvore que valha.

Então me deixe gritar
“I don’t care” pra aquele cara.
(Mas sei que You don’t quer)
o convencer que essa luta
É uma coisa secundária.
Direito do negro, do homem,
Do professor, da mulher.
Tudo isso faz sentido
Se se sabe o que se quer.
Mas ficar só atacando
o outro partido, brigando
(minha aula atrapalhando)
É só que I really don’t care!

E se a moda agora é
flor na rua e pé no chão,
você fica nessa tua
e não me tire a razão:
justamente do contrário,
meu amigo greviário,
farei o etinerário
da minha revolução.
(2010)